Palácios Reais - Castelo Real de Laeken
O Castelo Real de Laeken é a principal residência dos Reis da Bélgica, embora a monarquia belga esteja sediada no Palácio Real de Bruxelas. Fica situado em Laeken, um subúrbio a norte de Bruxelas, na Bélgica.
O domínio foi conhecido inicialmente por Kasteel van Schoonenberg (Castelo de Schoonenberg), um nome posteriormente abandonado. O seu jardim foi um exemplo de jardim paisagístico, com um pavilhão chinês, um templo, uma orangerie, grutas e lagoas; tinha uma área de 58 hectares e 79 ares.
O castelo foi construído entre 1782 e 1784, pelo arquitecto francês Charles De Wailly, sob a supervisão de Louis Montoyer, como uma residência de verão para os Governadores dos Países Baixos espanhóis, a arquiduquesa Maria Cristina da Áustria e o seu marido, Alberto de Saxe-Teschen, os quais permaneceram na região a pedido do Imperador José II (irmão de Maria Cristina). O palácio imperial alcançou o seu aspecto actual com a construção da cúpula central e do frontão suportado por uma série de colunas, de acordo com o estilo neoclássico.
Depois da Revolução Belga foi habitado pelo Rei Guilherme I, embora o czar Alexandre I nunca lá tenha estado.
Até à época de Leopoldo II nada iria mudar. Porém, a sua sorte em Laeken parece por vezes trágica. Em Janeiro de 1869, o pequeno Príncipe Leopoldo da Bélgica, com nove anos de idade, faleceu após de ter caído num tanque. No dia 1 de Janeiro de 1890, foi parcialmente destruído por um incêndio quando o casal real se encontrava numa recepção de Ano Novo no Palácio Real de Bruxelas. Apenas a Princesa Clementina da
Bélgica e a sua governanta, a menina Drancourt, se encontravam no edifício. Antoinette, a sua criada, decobriu o fogo e conseguiu salvar a princesa; para a menina Drancourt era demasiado tarde. No grande incêndio perdeu-se completamente a biblioteca de Napoleão devido ao colapso da cúpula. O único retrato do Principe Leopoldo da Bélgica também se perdeu. O rei aproveitou a oportunidade para reformar o edifício a seu gosto, ficando a reconstrução à responsabilidade do arquitecto real Alphonse Balat. Uma das suas criações foram as estufas, as quais serviriam para instalar árvores e outras plantas provenientes do Congo. O Rei Leoplodo II deixou, igualmente, o Departamento da Coudelaria Real, uma orangerie e uma nova grande ala com a capela. Por outro lado, também recriou o jardim à inglesa. O rei tinha grandes planos para o castelo, onde se incluia o desenvolvimento duma estação privada sob o edifício, mas muitos deles nunca foram aplicados.
O Rei Alberto I da Bélgica teve uma vida feliz no palácio com a sua família. Datam desta época os cisnes no parque, ainda descendentes do casal oferecido à Rainha Isabel. A rainha também teve um gabinete em estilo inglês e a estufa das azáleas. Depois da morte da Rainha Astride, o Rei Leopoldo III mudou-se com os filhos para o Castelo Real de Laeken, no qual se manteriam como prisineiros durante a Segunda Guerra Mundial. O seu filho e herdeiro, o Rei Balduíno, e a esposa deste, a Rainha Fabíola, também elegeram o palácio como sua residência. O rei promoveu algumas alterações, nomeadamente a abolição da Coudelaria Real. Depois da morte do Rei Baldíno, o castelo ficou à disposição do Principe Filipe, Duque de Brabante, herdeiro aparente do trono. A Rainha Fabíola mudou-se para o Castelo de Stuyvenberg, um palácio menor situado a poucos quarteirões de distância.
O arquitecto Charles Girault foi o responsável pela sua estrutura actual, em 1902. O vasto terreno do castelo tem lagos, campos de golfe e vários pavilhões, entre os quais se inclui uma Torre Japonesa, um pagode originalmente construído para a Exposição Universal de Paris de 1900, posteriormente comprado por Leopoldo II e trazido para Bruxelas. Os quartos do castelo estão decorados nos estilos Luís XIV, Luís XVI e chinoiserie.
Marcos históricos
- Residência do Imperador Napoleão;
- Grande incêndio do castelo;
- Noivado da Princesa Estefânia da Bélgica com Rodolfo de Habsburgo, o herdeiro do Império Austro-Húngaro;
- Detenção do Rei Leopoldo III;
- Câmara ardente para o funeral do Rei Balduíno;
- Visita do Papa João Paulo II
- Festa de noivado de Filipe, Duque de Brabante com Mathilde d'Udekem d'Acoz;
- A Declaração de Laeken.
Funções actuais
Ao contrário do imponente Palácio Real de Bruxelas, o Castelo Real de Laeken possui uma natureza íntima, uma vez que tem servido, desde há séculos, como palácio residencial. Possui um magnífico jardim, tão grande como o Mónaco. Actualmente serve de residência a Filipe e Matilde da Bélgica, os Duques de Brabante, e à respectiva família. A propriedade também abriga as famosas Estufas Reais de Laeken, projectadas tanto por Balat como por Victor Horta, acessíveis ao público durante três semanas por ano. Além das estufas reais, é famoso pelas suas cavalariças, pelo pavilhão chinês e pela Torre Japonesa, a oficina de pintura da Rainha Isabel.
A pedido da rainha, foi recentemente restaurado o pavilhão onde cresceram os filhos de Leopoldo III, para que aqui possam brincar a Princesa Isabel, os seus irmãos, primos e primas.
Alberto II utilizou o palácio para recepções, jantares de gala e contactos cerimoniais com políticos. Em 2007, o rei teve ali audiências públicas depois das eleições de 10 de Junho daquele ano.
Salões do Castelo Real de Laeken
Descrição da época de Napoleão
- O Grande Apartamento
- Grande Vestíbulo
- Salão da Guarda da Casa
- Salão dos Primeiros Oficiais
- Salão dos Príncipes
- Grande compartimento do Imperador
- Salão do Trono
- Vestíbulo Redondo
- Sala de Jantar
- Capela
- O Apartamento da Imperatriz
- Antecâmara
- Salão da Guarda
- Grande Salão
- Quarto de Dormir da Imperatriz
- Refeitório da Imperatriz
- Grande compartimento da Imperatriz
- Sala de Vestir da Imperatriz
Descrição actual
- Grande Escadaria
- Vestíbulo
- Galeria de Retratos
- Grande Galeria
- Apartamento para o Oficial Ordenança
- Salão das Letras
- Salão das Ciências
- Salão dos Príncipea
- Salão das Artes
- Sala de Jantar de Gala
- Sala de Jantar dos Marechais
- Apartamentos Reais
- A Rotunda, também chamado de Salão Italiano (incluindo a cúpula)
- Octágono de Apolo
- Ala dos Estrangeiros
- Galeria dos Estrangeiros
- Salão Quadrado
- Grande Átrio
- Capela Real
- Teatro
- Octágono da Biblioteca
- As Grandes Cavalariças
- A Oranjerie
- Estufas
- Estúdio de Pintura da Rainha Isabel
Como o rei e a sua família vivem no Castelo Real de Laeken, é o Palácio Real de Bruxelas que funciona como o local onde Albert II (Alberto II) realiza suas prerrogativas como Chefe de Estado, concede audiências e lida com os negócios de Estado.